11 de junho de 2022

REMORSO



Perco tempo, faço poesia 

Ganho a porta para sair, como se dizia

Quando perdíamos o jogo

Em tempos idos


Por que insisti no  pobre oficio?

Eu poderia ser maIor, um estadista

E não a vida que parece  chuva

Na suja sarjeta em rua torta

Onde o poema, lixo, vai sendo posto a ferros  


Não fosse o anjo, sóbrio testemunha

Que tudo aponta quando faço versos 

E acha divertido ver-me  com remorso

Aí sim eu acreditaria

Nesta falsa confissão  em firma de autocrítica 


Nei Duclós

Nenhum comentário:

Postar um comentário