12 de março de 2021

SOBREVIDA

Nei Duclós 


É bem pequeno o alcance do que escrevo

Não filosofo e nem sei se amo

Sou prisioneiro das palavras

No mundo como desperdicio


Há mentes que estudam e se não me engano

Solucionam alguns nós do pensamento

Contribuem com cultura

O que ofereço apenas como pobre ofício


Malho em ferro frio, falo de flores

Te convido para lugares que não existem

E tenho lembranças

De toda uma vida em seus limites


Faço poesia

Como as aves enfeitam o ninho

Serve como abrigo

E talvez sobreviva ao apocalipse



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