24 de março de 2021

GRUDE

Nei Duclós 


Não quero ouvir o entorno que te assedia

Tua vida única e hegemônica

Seleciono os limites que definem

Teu perfil de pura fantasia


Assim deixas lá fora teus tesouros

E vem a mim, pobre argonauta

Que aporta  num jardim de pomos de ouro

Como nas histórias mais remotas


Aconselham a desistir dessa lorota

Que eu tome jeito e fique maduro

Mas eu navego em outro leito

Com tua mão em mim sem nenhum medo


Gostar de ser mesmo por um momento

Venha em meu colo graça que venta

Tormenta de amor solo estrago de corpo ausente

Apenas a ideia de um sentimento

Melado de sonho, grude que arrebenta


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