Nei Duclós
Não podemos decretar o fim do futuro
amaldiçoar o ano, retirar-se do fluxo
ignorar o espanto de ver desmoronando
o que nos formou, passado fruto
Não temos o direito de fechar o ciclo
fatiar o tempo, impor leis na criação
ou sua queda. Não somos a fantasia
que imaginamos servir de escudo
Submeter-se é o ofício mais duro
porque se confunde com servidão
Mas não se trata de aceitar a prisão
mas de libertar-se da cela profunda
A que existe dentro num funeral escuro
de decepções que convidam à soberba
Deixa passar, da mesma forma o paraíso
teve seu esplendor e revelou-se espúrio
RETORNO - Imagem desta edição: Cinzas do Paraíso, obra de Terrence Malick
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