5 de julho de 2016

INSONDÁVEL



Nei Duclós

Em cinco anos sonda chega
no que chamam de planeta
que tem nome de um deus
mas é só parte do mistério

Ela atende por Juno, deusa
ciumenta. Como castigo
vai  bater no chão de Júpiter
depois de 37 voltas nele

Funeral no cosmo indiferente
pautado pelas fotos que fará
revelando as curvas do gigante
o amante de gás e sombras

Juno é repórter do próprio
casamento. É um buquê
em queda livre. O vestido
alinhado na insondável luz



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