Nei Duclós
É tudo invenção, tempo estranho
ponho na roda o que ainda sonha
mostro o que tens, caras e bocas
em troca de uma criação maior
Faço por onde, como dizem sempre
o gesto é merecedor do espanto
diga a que veio, recado em rabisco
depois devolva tua fala no grito
Não te conformas com o veredito
ao decidir dizer que não decifro
Não acredito, repetes à toa
perdeste a fé, escravo convicto
Depois querem que eu explique
forneça a chave do grosso ruído
esqueço a balbúrdia, coloco o disco
no lado B há um duelo de esgrima
Prefiro seguir, cavaleiro andante
esquecer a sinistra cartomante
da janela pende a ultima trança
voe para mim, palavra de vidro
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