16 de junho de 2015

O SOPRO E A VERBENA




Nei Duclós 

És parte de mim como folha ao vento
Cega rodopias quando me retorço
Te escondes nas dobras do meu dorso
Cais no mar do meu ser tempestuoso

Te arranco das árvores pelos cabelos
Carrego tuas nervuras inconfidentes
sigo contigo zunindo em sarjetas
roço janelas te grudando no vidro

Nascemos a leste, o sopro e a verbena
florada na serra com erva daninha
remédio caseiro na brisa marinha

Te desesperas se acaso recolho
os restos sofridos de tua clorofila
mas sou submisso, plantio de caprichos


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