Nei Duclós
É um filme que estou fazendo. Sem nada, só com a luz. Teu
olhar compreende.
Não dava nada por esse dia. Mas alguém pôs fogo nele. E riu,
a danada. Por que tanto encanto?
Tanto te falei que gastei o acervo. Passei para uma fase
melhor, o silêncio
Venha me ver, anule a distância me costurando à tua pele
Você sabia que inteirinha cabes no meu abraço? Me tira um
pedaço, flor do desperdício.
Nenhuma provocação me tira do rumo: cercar-te de tudo o que
sinto sem ruído.
Caprichei na letra para abafar a concorrência. Sei que
admiras a elegância
Só de vez em quando te envio uma mensagem. Quando o amor é
vasto lota as válvulas de escape.
Não temos segredos. Tudo está claro na gruta do desejo.
Você me segura com o olhar. De pedra passo a criatura .
Viração de musgo
em vento solar
em vento solar
Respire, fôlego curto. Exercite seu susto, doçura
Não te livras de mim depois de dar bandeira. Faça assim:
diga que estás lá na esquina.
Não posso dizer direto em teu rosto, encoberto por
pensamentos à mercê do dia. Digo então por bilhetes que se desmancham. Chamam
de poesia, mas é dor provocada pela esperança.
RETORNO - Imagem desta edição: Julie Christie.
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