Nei Duclós
Dentro de ti, por uma eternidade
Até que soltas as amarras, água
que se derrama e o engate cede
porque nada mais nos obedece
Caímos cada um para um lado
corpos enfim livres do laço
desliza o aço com outra têmpera
e rola teus mecanismos de louça
Carruagem de abóbora, voltas
a ser descalça em fuga, no encalço
tremo quando choves, acolhe-me
Me condenas à sorte, cindida estrela
cavalgo o deserto, a voz em teu colo
a palavra é a mansidão que entregas
RETORNO - Imagem desta edição: Ava Gardner.