16 de maio de 2010

SINTO FRIO NA NOITE ESTRELADA


Nei Duclós

Sinto frio na noite estrelada
Malfeitores cegam a passagem
A Lua de carona rouba a estrada
Carruagem na garupa da palavra

As manhãs de mãos amarradas
Jazem no caminho como barro
Passam os corcéis da vassalagem
Levantam o pó de areia e pólen

Aguardo o trem, última coragem
Corro contra o sol, deus que sobe
Cubro a cara nos redutos da viagem

Subo na boléia, pulo a plataforma
Pedras quebram na pista expressa
Passa o poeta, o tempo ainda dorme


RETORNO - Imagem desta edição: obra de Van Gogh

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