Nei Duclós
Tudo o que vemos jogamos fora
Não no esquecimento
mas na memória
Guardamos o tempo sem serventia
Damos adeus todos os dias
Tudo se repete, daí a indiferença
Minha tia deixou um estranho legado
Pilhas de caixas e vidros amontoados
Tinham tampa, se justificava
Poderia precisar em determinada hora
Nunca usou tantos guardados
Era una forma de grudar momentos
Que no fim se foram, como sempre
Dizem que no desfecho passa um filme nos olhos
Toda vida em capítulos de uma série única
Talvez nos reservem algo inédito
Imagens que perdemos e que um dia voltam
Para nós, os esquecidos da miséria
Nei Duclós
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