Nei Duclós
Amor que a distância mata
É como brasa dormida
Que sem o fogo agoniza
No inverno em pura armadilha
Noite adentro se aprofunda
E acorda virado em cinza
Amor que esquece sua origem
E vegeta sob a sombra
De um cenário impossível
Roteiro que evita o filme
Coração preso em cadeia
Ninguém enxerga no exílio
Amor fora do otimismo
Que se reduz muito cedo
E acaba sem alimento
Flor de jardim suspenso
Joio sufocando o trigo
Ronco de gruta escondida
Amor que só sobrevive
Se houver amor por si mesmo
Que do teu corpo independe
E vive no ar rarefeito
De montanhas de granito
Onde gigantes criaram
Mistérios de megalitos
Ruínas inacessíveis
Do amor que morto resiste
Nei Duclós
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