Nei Duclós
O poema está vazio
Como um baú descendo o rio
Como um país que se perdeu
Como lua sem nuvem no frio
Falta-lhe a palavra que o habite
O ritmo que a voz emite
O timbre de tambor invicto
O sopro divino
O poema se permite
Ficar oco igual ao corpo
de um parente morto
Sem convite, sem ingresso
À vida, como um prematuro rebento
A esperar para sempre
O momento do grito
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