24 de março de 2013

MUSA EFÊMERA



Nei Duclós

Fêmea, musa efêmera, particípio
passado, conjugação de memória
história de um caso, hoje assunto
nas rodas que não me convidam

Pintas o rosto com a mentira
que me segue na ressaca escura
mexes o marionete mesmo muda
só com teu poder de confisco

Voltas por segundos e depois foge
com seu séquito de embruxos
és armadilha, maravilhosa ninfa

Não me toco onde piso, pura lama
do amor que mudou de consistência
mel sem açúcar, inconsolável brilho  


RETORNO – Imagem desta edição: Liz Taylor.