Nei Duclós
A noite entra sem pedir licença
impregna o final do
corredor
um ramo no jarro pergunta
de onde vens? sou ainda flor?
Era tua voz na escuridão do tempo
dobra do amor que não se lembra
e precisa de alguém que seja forte
um vento, o outono, um gigante
mas o solar é mínimo e se contenta
com o cisco varrido sobre a dor
quebro no sótão a chave de ferrugem
Consolo do escuro é Lua e Três Marias
o azul da terra vibra atrás da infância
é o poema, tácito acordo de gaveta