2 de março de 2013

MÍNIMA

Nei Duclós

Tudo é mínimo em teus monumentos
alça no ombro, curva de pouca renda
fita de Bonfim nos pulsos,mecha crespa
caindo como violino sobre assombro

Um alfinete segura toda a roupa
que se desmancha se faltar o fôlego
um pingo de suor no latifúndio
o olhar à toa enquanto arfa o peito

Sapato de vidro sob pressão da coxa
que começa no umbigo e não termina
fina espessura na cintura entre fogos

Do início ao fim, apenas incêndio
arrepio que geras com escândalo
deslizas no frio percorrendo a espinha



RETORNO - Imagem desta edição: foto de George Hurrell.