O player global precisa de expertise para o desenvolvimento sustentável. A estratégia da governança corporativa desse agente up-to-date não se limita à gestão de inputs e outputs, mas aos ditames da era do conhecimento. Num cenário previsto de 15 anos, pode-se determinar o recall de processos envolvidos nessa sinergia de investimentos afins, consubstanciados na alta de insumos em forma de commodities da new age, o que faz de cada player um capacitador de tendências insubstituíveis.
As regras ainda estão sendo definidas, mas o mercado está convencido de que em pouco tempo tudo o que hoje é considerado inserido na revolução digital não passará de peça de museu.
É preciso preparar-se diante desse desafio. O dono do mercadinho da esquina terá que estudar a síndrome dos palimpsestos brocados em fórmulas infra-estruturais do pós-texto de Maquiavel, refeito numa nova composição de gêneros lingüísticos e conseqüências radicais para a compra-e-venda relacionada com o mundo transformado em shopping. Jogar significará mergulhar de cabeça no ar liquefeito das franquias virtuais, onde grupos customizados de palermas pagarão para se sentir inside.
É nesse gap de conveniências off-road que a pusilamidade poderá ser valiosa moeda de troca, que cairá no poço dos desejos das cidades narcotraficadas e geridas à noite por sonâmbulos cocainômanos especializados em dialetos afro-asiáticos de última geração, uma tendência na área do software que está nascendo para superar a divisão entre pixels e bytes.
Tomar o pulso da situação será o mesmo que passar a noite afundado numa poltrona robotizada fazendo caras e bocas para a marafona de plástico, que te cobrará em dólar enquanto te repassa hectolitros de vermuth made in Índia, que entornarás enquanto pensas nos mico-leões dourados da baixa Polinésia. O sacrificio faz parte desse mundo hedonista de prazeres insuspeitos, em que o trottoir da grana será a única vontade universal a gerenciar cadáveres compostos de silicone e balas de goma.
Ser um player global nesse admirável mundo novo é o mesmo do que se transformar num ratinho digital, que faz cuic-cuic na sala dos grandes poderes, que ainda possuem aqueles móveis antigos, queixos cheios de papadas, bigodinhos finos, calvícies precoces, orelhas cobertas de pelos de urso, sovacos fétidos, ternos sebosos, piteiras escandinavas, rum da pior qualidade. Enquanto brincas de viadinho pós-pós eles continuarão metendo no rabo do mundo, que emite gritinhos de iuhúu em passarelas esquizofrênicas.
Todos merecem essa tronfa pois adoram ser o que são, prisioneiros da linguagem inventada à gargalhadas por bandidos que se impõem pelas armas e não pelo poder de convencimento. São hediondos, carrapatos físicos e mentais que grudam em ti e te transformam em sapato de verniz jogado na chuva. Seja bobo, rapaz e saia dessa vida. Mas não vá, só para se compensar, falar em por-de-sol e sabores de amêndoas. Vá se roçar numa tuna, que eu estou mandando.
RETORNO - Imagem de hoje: desenho/pintura/arte de Ricky Bols, enviada por e-mail. O talento de Ricky é uma janela poderosa que nos revela paisagens fora dos atuais sufocos da linguagem.
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