7 de abril de 2020

MEU PONTO

Nei Duclós


Você sabe onde me encontro
Na chuva com chapéu de feltro
Estação da última esperança
Barulho de trem e desespero

Era meu ponto agora é fome
Tua ausência é meu único alimento
Recebo um bilhete do fim do mundo
É o que chamas de residência

Resta o soneto, corpo sem abrigo
Nada será o mesmo, não vivo contigo
Partiste antes do nosso embarque

Aqui permaneço, distante beldade
Não por teimosia ou por alarde
Mas por ser o amor que volta tarde


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