Cruzo o dia andando a trote
Levando na garupa o cobertor e o vinho
Faço fogo quando chega o escuro
E a lua ilumina o campo
de vagalumes
Durmo ao relento e dou cobertura
Às alpargatas de corda para que o sereno
Não molhe meus pés quando despertar de novo
Na jornada que me impus, gaudério reiúno
Pertenço ao império que a natureza planta
Neste chão aberto para o céu mais puro
Sou da campanha, tenho o corpo a prumo
Herança mais funda que a raiz perdida
No húmus do tempo, barro que deu vida
Ao meu canto, trovador convicto
O mundo é a poesia que celebro junto
À sombra da casuarina, meu amor atento
Tens o dom de ser minha andança
Para ti cavalgo, doce e feminina
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