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22 de maio de 2009
O HOMEM DO MAR
Nei Duclós
O pescador convive
com percepções radicais:
a praia é o fim do mundo
e o horizonte de sal
diária lição de infinito
Cedo envelhece
sem jamais perder
as águas internas
Reflexo da vida gerada
pelo mar
Linhas riscam o rosto
de areia
e o corpo torto
ampara o fogo
do olhar
Por isso guarda um adeus
permanente de porto,
um sopro paralisado
na roupa batida
pelo mistério
Nele, tudo é uma forma
de estar sempre atento
ao que chamam vida
e que ele sabe ser apenas
sonho
Aparentemente só,
dribla o destino
mantendo-se habitado
liberto das âncoras
inventadas pelo tempo
RETORNO - Imagem para este poema, tantas vezes reescrito e que faz parte do livro inédito Partimos de Manhã: Pescador, de Juliana Duclós.
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