28 de maio de 2009

NÃO EXISTE “CRESCIMENTO NEGATIVO”


O ministro Guido Mantega disse que o Brasil teve “crescimento negativo” no primeiro trimestre, mas que isso não significa recessão. Ainda bem que ele avisou. Ninguém cresce para menos. Quando algo ou alguém não cresce e, ao contrário, perde estatura, volume, intensidade, dizemos que encolheu. É o be-a-bá. É o que está acontecendo na China: deu para trás em economia, o gigante produtor de porcarias e sucateador de indústrias do Terceiro Mundo. As más notícias, por mais panos quentes que o governo tente colocar, desmascaram a propaganda deslavada sobre os feitos econômicos do lulismo no poder. A verdade é o que está acontecendo segundo a empresária da loja Yellow Cake, de São Paulo, em depoimento a Monica Bergamo da Folha: não existe mais novo rico, só novo pobre.

Ou seja, contingentes do que chamávamos elite caíram, montes de classe média desceram, a miséria aumentou, e isso, por eliminação, destacou uma faixa, classificada de classe C, que teria “ascendido” socialmente. Nada. Ficou onde está, só que com mais visibilidade e facilidades (é o contingente que mais atrai a ganância), com mais crédito para enriquecer as montadoras de automóveis e motos. Quando eu for presidente da República, vou fechar as fábricas de motos e proibir esse transporte barulhento e perigoso. O atual governo faz o contrário: estimula a merdalhama de duas rodas, que agora invadiu o ermo. Imagino como estará o interiorzão do Brasil cheio do roc roc das motoquinhas fajutas.

Vai tudo estragar e ser empilhado nos terrenos baldios da nossa incúria. Bastou chover para o país expor suas vísceras, de norte a sul. O que vemos nas enchentes? Acampamentos, que chamam de cidades, feitos de barro e pau-a-pique indo para o brejo. Rios invadem avenidas em qualquer parte da nação em ruínas. Milhares de desabrigados, pessoas que já nem tinham casa, tudo feito de cocô de formiga, e agora muito menos. Parece que no Maranhão ou Piauí, deram um kit enchente no valor de um pau e trezentos e cinqüenta para os flagelados reconstruírem seus barracos de pau a pique.

É muita cara de pau. Se eu fosse governante, teria vergonha de visitar favela. Simplesmente mandaria construir o que todo governo deve fazer: infra-estrutura para moradias e casas mesmo para a população hoje ao desamparo. É tão simples, é tão barato. Basta pegar toda a bufunfa que entregam para as empreiteiras donas do concreto, dos insumos todos de construção, e que são uma fonte de permanente corrupção, e jogava na mão do povo trabalhador, orientado por políticas públicas de urbanização e saneamento. Por que não fazem isso? Porque acham que o povo é burro mesmo e pobre de nascença (nasce analfabeto, coitado) e merece refazer casa de João de Barro, enquanto os maganos pegam a grana para voar para a Europa.

Qual a contribuição dos bilhões gastos nas mordomias políticas para o “crescimento negativo”? Essa estatística eles não mostram. O país tungado pelo abuso dos impostos não tem onde cair morto. Uma barragem do Piauí se parte: não temos mais nem engenharia. Tudo descamba, enquanto o lulo-petismo, apoiado pelo pseudo trabalhismo de araque, faz gato e sapato da nação que um dia foi soberana. Para onde foi o patriotismo? Para o bolso dessa súcia que tomou o poder em 64 e não saiu mais até hoje. Dá gosto ver Sarney, o ex-presidente do PDS, o partido da ditadura, e Lula, o sindicalista das montadoras que inventou um clone do trabalhismo, flertando publicamente com seus sorrisos cevados por gordas fatias do dinheiro público.

E falam em terceiro mandato. E nos ameaçam com Serra ou Aécio ou Dilma. Quem são esses sujeitos? Quem lhes deu o poder de dispor da nação? Enquanto isso, o jornalismo festivo perde tempo com eventos, matérias sobre cabelos e pentelhos e deixa de lado a informação pura e simples, já que não existe mais apuração, nem mais jornalismo. Virou tudo uma choldra só. O carro caiu na ribanceira, mas como não houve ocorrência policial, a reportagem só filmou o resultado do desastre. Não pegou a placa do veículo, não viu quem era o dono, não procurou saber porque foi abandonado na beira do lago. Ah, mas diga lá, Repórter Farofino, como está aí a festa italiana, escocesa, japonesa? Está muito bom? Hummmmm.

RETORNO - 1. Imagem desta edição: peguei aqui. 2. Escrevi o texto acima antes de ver o programa do PT na televisão. Quem aparece lá? O mesmo Guido Mantega, desta vez falando em crescimento mesmo e não crescimento negativo. Que o Brasil está suportando a crise mundial por obra do PT.

3. A baba que o governo Lula gastou em publicidade, R$ 6,3 bilhões de 2003 a 2008, diz tudo sobre a ditadura maquiada de democracia que nos governa. Um governo democrático não precisa usar o dinheiro do povo para mentir. Usa o dinheiro do povo para fazer o que um governo mentiroso diz que faz. 4. O programa falou em um milhão de moradias. Gasta mais dinheiro alardeando que vai construir casas do que o custo das casas.

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