Nei Duclós
Arriscas o fio que amarra o precipício
para que não se parta
em dois
equilíbrio com sólida sombrinha
posto seguro na pressa do conflito
Deslizo os pés mergulhados no giz
raspo até o osso o pergaminho
cruzo o apoio, pista do abandono
piso de azulejo, reflexo do grito
É proibido o voo. Tenho asas de âncora
sou miserável rastreador e não piloto
carrego sem notar tua carga de suor
Não vou até o fim, olho no fosso
e me vejo atraído em teu abismo
meu corpo pedestre e quebradiço
RETORNO – Imagem desta edição: Eva Mendes.