Nei Duclós
Olho oculto de brilho,
num horizonte de sombra,
nossa alma no escuro,
noite que não termina.
Lua que me perdoa
por eu ter ficado longe
me acena com sua écharpe
que venta no fim do sonho
Um dia faço de conta
um colar só de perguntas
para que digas o quanto
vivo de fantasias
Bela que não me ama
suspira quando anuncia
guarda num rolo de trança
sua escada de atropelo
Por ela subo ligeiro
quero beijar teu cabelo
e te apertar na varanda
enquanto choras de linda
RETORNO - Imagem desta edição: foto de Marili Benthien.