Terra para mim é água
Riacho onde o pampa acaba
E o mato inaugura a obra:
Barco e tralha de pesca
Acampados no barranco
A linhada bem na boca
A rede onde faz a curva
O surubi ressabiado
O rio que banha a cidade
O barro cobrindo as pedras
O assobio da piava
Dourado passando ao largo
Nunca estive a cavalo
Nem fui à carga de lança
Os causos quando criança
Falavam de outra fauna
Faca só para as escamas
Tiros se houvesse festa
Mas às vezes as perdizes
Chamavam de campo aberto
Carregando a espingarda
Chumbo grosso para a janta
O cachorro viu primeiro
Virou estátua na hora
Desisti e virei ponte
Onde tudo recomeça.
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