Com a idade enxergamos com a memória
Onde pus a caneta? Se não lembro não vejo
Não ouvimos o suficiente
Para entender, imaginamos
Nem sempre com bons resultados
Sonhamos caminhar como em outros tempos
Em que trilha e degraus não impediam
A respiração normal e o riso aberto
Ficamos concentrados na calçada
Ou o que resta dela, hoje entregue às bicicletas
Dirigir se transforma num perigo
Melhor a carona ou o assento disponível
Do público serviço de transporte
Com a alta pressão somos quase inválidos
Somada à catarata completa o quadro
Para piorar usamos um boné
Que nos identifica pela imagem
Não olhamos para o lado
Para evitar quem passa indiferente
Tenho histórias para contar, mas já saiu no
blog
Por isso entro na farmácia conformado
Quero um almoço bem passado
Digo no balcão dos antibióticos
Não lembro onde estou, fico confuso
Substitui os sentidos por desplante
O tempo me aprontou, embora antes
eu tenha abusado da bebida
É a vingança, mas só saio da farmácia almoçado
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