Nei Duclós
Faço para viver, a margem que me resta
forço o árduo ar, neste final de outorga
quando nada é dado e tenho de prover
como no início o ofício de vender a alma
Ungido no suor, cumpri no tempo a cota
a terra me esperava, criada na vingança
destino que na porta o véu não se coloca
por ser o olhar faminto de horizonte oco
Voltei como me fui, dor de uma pergunta
nunca soube a fonte que a Deus me leva
descri da vestimenta e cavalguei o fogo
Conduta que propõe enigma sem resposta
pólvora de poema, retalho de uma obra
lastro posto fora no
voo vertical do corpo