Nei Duclós
Não tenha receio, sei que você mente
Escondes o que já sei há tempos
Diga a que veio, não me importa
Faça bom proveito, confesse
Sou só o sujeito que conta a história
Você inventa a culpa, sol com a peneira
Depois se ofende no conforto do silêncio
enquanto amargo o erro que não cometo
tua esperteza é uma estranha estratégia
em vez da verdade, preferes o segredo
Driblas os argumentos, frieza convicta
até que eu descubra o teu expediente
partes para a briga antes que eu grite
tudo se conserta se fizeres bem feito
Caio na armadilha, doçura explícita
A cada cinco versos te tiro uma peça
consentes com o rosto de perguntas
se sei onde pega porque ainda insisto
assédio dioturno que não faz sentido
exceto quando vejo o que não mostras
Acabo o relatório e assino o protocolo
ficas de guarda na linha pontilhada
amassas o papel porque não te agrada
essa função de amar no pega e larga
choras de paixão no chão da minha cela