Nei Duclós
Tua inconstância é busca
teu desacato é chama
tua ruptura é arte
teu desconforto é gana
Invades, brusca literatura,
não convicta, à margem,
que me puxa sem alarde,
me tira da borda, convoca
Teu sufoco é sorte. Choque
de supernova em céu
a descoberto. Corte
de uma navalha cega
Reflexo de um novo norte
refluxo de maré sôfrega
combinas corpo com fátuo
fogo, filosófico desejo
Quem te guarda, liberta?
Nada te ata, ou soletra
quero-te toda, insolente
espasmo, fora da ordem