Meu olho agora
confunde formas
Um prato pode ser uma
flor
Uma peça de roupa um
abajur
Uma parede, o
espelho. Saio ganhando
Posso ver esporos
onde há só poeira
vultos da Lua em
sombras esparsas
raios de sol no
rebuliço dos duendes
e as fadas de carona
na algazarra
Não enxergo mais o
roçar das árvores
quando o tempo passa
jogando baralho
vejo poema onde não
existe o sonho
Talvez seja apenas um
treino bizarro
essa falta de foco,
contornos confusos
ginástica do amor
mudando de rumo
RETORNO - Imagem desta edição: foto de Marga Cendón.