Nei Duclós
Descobri: teu coração é seco
cultivei pedra no dorso do desterro
ermo de ti, falso profeta
colho a miragem da desfeita
Voltei ao que deixei para trás
quando segui teu rastro no deserto
busco o oásis que me fez poeta
água de uma chuva de floresta
Mas não encontro a fonte, beduína
e perdi a pista de tua tenda
torro ao sol em caravana incerta
Talvez seja amor essa perdida sorte
não querer se livrar do meu destino
sofrer num jarro de mel até a borda