Nei Duclós
Música dos meus olhos, musa suprema
ar que sopra o fole, broto de verbena
Diga que me ama, que seja só uma cena
peça imaginária que ainda não escrevo
Acredito, e essa fé move a montanha
voo até o lugar onde repousa o drama
eu combinado em segredo no roteiro
prestes a partir num diálogo de fogo
Solo de violino, címbalo com folhas
orquestra de gemidos morde o ventre
sou o maestro, sonoro por empréstimo
Vem de teu acervo esse ruflar de penas
me contento a produzir o verso efêmero
caído aos pés do sonho, aqui jaz o poema