25 de janeiro de 2013

INSENSATEZ



Nei Duclós

Rompi o casulo. Derramou-se o sonho,
ao som de um vento de veludo.
Cabes num novo acerto, o voo
de asa transparente e flor reclusa

Adiaste o encontro, apodrecias dentro
deixavas passar a hora do refluxo
teu abandono chamava-se esperança
querias que eu viesse ou nada feito

Por isso rasguei sem piedade a rede
que te cobria em comunhão de gruta
era preciso a insensatez, gozo liberto

Em espiral me coroaste o orgulho
de ter nascido para missão tão funda
fisgar teu coração ainda sem uso


RETORNO – Imagem desta edição: Naomi Watts.