30 de novembro de 2017

FÔLEGO



Nei Duclós

Tudo foi escrito
Como o cosmo lotou o próprio acervo
Não cabem mais palavras
Nem estrelas no espaço do consenso

As esferas estão plenas de si, como o verbo
Que não enxerga terra após o vento
Quem poderá suprir o sofrimento
De calar-se depois desse expediente?

Não creio no início ou no desfecho
Qualquer limite imposto na Escritura
Palmilho a superfície do mergulho
Algum peixe quem sabe vem do fundo

São os poemas, espécie sem o cânone
Que fazem respiração no boca a boca
No exangue universo já sem fôlego
Que buscava ar por ter preenchido o sonho


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