Nei Duclós
Leio o verso sem vínculo
Ou raízes
Como criatura unicelular
Verso sem sentido
Madeira com verniz sobre nuvem que não existe
Talvez essa poesia tão difundida
Seja fruto da falta de tudo
Que assola as palavras
E portanto, a vida
O oposto é o poema formiga
Seguido pelo olhar em decúbito dorsal
Negação do épico e do lírico
Ou arcádico
Como se toda poesia já feita fosse perda de tempo
E curte tomar assento na baliza
Vanguardas de abismo
Um só soneto antigo
Pode desbastar o mofo que medra na pose supimpa
Ou um verso mínimo
Daqueles que derrubam
Por não ter frescura , apenas ofício duro
Forja que não dispensa a fagulha que alimenta as fadas
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