5 de setembro de 2020

VERGONHA

 Nei Duclós 


Sentes vergonha mas não devia

Fecho meus olhos talvez ajude

Assim ficas livre e eu me poupo

De ver tua carinha se desmanchando

Quando bate o sino


Gosta mas nega a mulherzinha

Jogo de presa e predador faminto

Tens um nome a zelar, uma postura

E receias que eu diga aos quatro ventos


Eu me contenho apesar do orgulho

Não acho vantagem entronizar o êxtase 

Basta que durmas em meu ombro enorme

Depois de arrepender-se da refrega


Sentes vergonha mas não aguentas

Tua pele sem as mãos do bruto escriba

Por isso voltas ao sofá da sala

Exibindo a saia até o umbigo


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