1 de agosto de 2020

ESCASSA CHANCE


Nei Duclós

Arrisco o novo poema
Sabendo que é  escassa
A chance de acerto

  disse o que deveria
Melhor seria calar-me
Ou cuidar de outras coisas

Mas o dia é  selvagem
É não  se adapta ao acervo
Chuta o balde, rosna
Vai para a rua e não  volta

Insubmisso, travesso
O dia que nasce é  o louco tempo
Parece idêntico a ontem
Pronto para a obediência
Mas ele grita por socorro
À  sua pastora de ventos

Mesmo sem brilho
O verso atende
Pela mão do poeta ao relento
E do leitor ainda verde



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