Nei Duclós
Tem quem me
ama e se afasta
Quem nunca
vi e gosta à distância
Os que não
me suportam
A maioria
indiferente
Sou um
cacto no deserto
Orgulhoso da
solidão como se fosse um prêmio
Com sua
couraça de espinhos e carne amarga
Longe do
oásis, providencio minha própria água
Que recolho
em cântaros de barro
Recebo os
peregrinos com piedade
Pois sei que
sairão feridos
Pela
decepção e o assombro
De existir
alguém que de perto bate
Tendo a
aparência de um milagre
A origem
dessa situação é obscura
Pois sendo
cacto nada enxergo
Mas
desconfio que é o meu coração
Que te dei
em vão, beduína sem disfarce
Que eu não
soube amar por ser confuso
Imaginei que
poderias perdoar-me
Mas a chuva
que não vem secou-me a alma
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