Nei Duclós
Levamos muito tempo para ficar prontos
Esse rosto severo pela contingência
Que enterra a memória dos melhores anos
Esse corpo limitado pelos movimentos
Esssa visão crepuscular de pássaros mortos
E a esperanca, fase minguante de uma lua cheia
Observar a humana reincidência
Que ao redor repete os mesmos erros
E anotar, exausto, o que fica oculto
E que deveria ser a obra exposta
Eis o que te espera, repasto do tempo
E no entanto és forte, planta sobrevivente
Cantas sobre a folhagem que não se afoga no pântano
Não precisas de consolo, estranho sonho
Tens o que não sobra nos mais recentes
Essa luz intensa, cevada em sol levante
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