1 de julho de 2017

BARULHO



Nei Duclós

Apostar a vida ao pegar a estrada
Sentir o mundo fora do conforto
Enxergar o tempo ao tirar a máscara
Anoitecer a pé sem encontrar repouso

No descampado fundo não há luz à vista
O frio cruzando o fecho do casaco
Nenhuma porta a oferecer pousada
A viagem ronda como um pesadelo

Súbito um barulho sacode as árvores
Um velho fenemê assoma na poeira
O motorista encontra conversa no caminho
E nos comvida com sanduíche e água

Na solidão o gesto solidário
Vinha sempre do povo, irmão da mocidade


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