26 de setembro de 2016

CICLONE



Nei Duclós

Meia noite é quando o tempo dá um coice
E ribomba fundo o balde sobre o poço
Tropeço na escuridão sem roupa
Nua comunhão de estrela e fonte

Braço estendido ao longo do horizonte
O sonho perde o passo e ensaia o fôlego
Para saber se pode cruzar o que se esconde
Sem atrapalhar os planos do destino

Cobre e azougue, som de misterioso sino
A revelação se abate como onda
De um mar ainda sem registro
É o barco que apronto, navegador arisco
Em direção ao sol, inventor do abismo

Jogo todas as fichas no sopro do ciclone
Na ausência de luz descubro o fogo


RETORNO - Imagem: obra de Winslow Homer

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