28 de novembro de 2011

ESTRELAS


Nei Duclós


Vale a pena morrer disso
não há sinal de arrependimento
o amargor se vai com o lamento
e eu fico apenas com o que sinto

Já não escolho palavras, elas pulam
loucas ninfas em meu encalço
atropelam o verso como brutas
deliciosas em sua nudez de colo

Virei um poeta de sarjeta
daqueles que ficam no sereno
a espreitar as salas de concerto

Dêem-me uma esmola, sou carente
não tenho nada a não ser poemas
por eles se matam as tuas estrelas



RETORNO - Imagem desta edição: Ladies' Concert at the Philharmonic Hall, de Francesco Guardi

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