24 de novembro de 2011

ÍNTIMA


Nei Duclós

Dos teus mistérios, a infinitude
é o que mais provoca alarme
não falo de escândalos da alma
ou de outras coisas esotéricas

Mas da coxa mesmo, auto-estrada
composta de tantas paralelas
solo sem começo ou fim, do quadril
até a joelho, ou talvez da baba

E também das costas e essa viagem
sulco onde percorre a carruagem
do olho atento e sôfrego, potro amargo

Cavalgo essas minas de esmeraldas
A espiral do umbigo, a curva do lábio
e tudo o que não presta quando acabas



RETORNO - Imagem desta edição: Cyd Charisse

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