1 de outubro de 2011

PARA SEMPRE


Nei Duclós

Te amar me basta
moro na ocasião
de pertencer-te
só o teu coração é livre
meu sossego
o meu é servo
da escolha que fiz
no amanhecer

Dizer não basta
é preciso flor
e outros momentos
para que não se perca
o sonoro
sentimento
a fonte que cobriu
o bosque

Pedir não basta
devo exigir do olhar
algo mais denso
para mexer
com teu espólio
de violetas
tua condizente
pose de princesa

Sofrer não basta
quero doer
o que não tenho
desistir de ser
para querer-te
ainda mais
se puder pagar
o apreço

Morrer não basta
cruzo o limite
que me deu o tempo
e levo para o campo
onde descanso
a fonte do sonho
de ficar contigo
para sempre


RETORNO – Imagem desta edição: Tristão e Isolda, de John William Waterhouse

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