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10 de outubro de 2011
SONATA
Nei Duclós
Acordas toda vez que me aproximo
pressentindo o sopro da viagem
velas de partir que se anunciam
vigília no embarque do naufrágio
O barulho do adeus atiça a porta
joga sal na doçura que se forma
tempestade do mar ainda na corda
tocaia de rancor na outra margem
Preferes fingir que o corpo dorme
enquanto a maré alta tenta a sorte
és uma âncora, saudade feito carne
Perto da gávea ouvimos a sonata
do meu coração, som de virtuose
doloroso cais que enfim me solta
RETORNO - Imagem desta edição: cena de E la Nave Va, de Fellini.
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