20 de setembro de 2011

ILUSÃO


Nei Duclós
Mesmo que o tempo sobre o ombro
te deixe intocada para o beijo
e tudo não passe de uma lenda
contada depois de tanta cena

e for quimera, como antigamente
se dizia do calor platônico
e o desencontro ceife como louco
a ilusão desperdiçada na colheita

e tudo for besteira como nos romances
que se liam escondidos entre espantos
e saibam que jamais o toque e o pânico

despertaram o sangue verdadeiro
prefiro achar que mesmo assim o sonho
é maior quando há amor e não recreio


RETORNO - 1. Imagem desta edição: Campo de Força, fotaça de Anderson Petroceli. 2. Este é mais um poema da série em homenagem à poesia abandonada de antigamente.