13 de agosto de 2016

O SOCO E A ESPUMA

Nei Duclós

Poema agora é noturno
Oração aos pés da cama
Talvez o temor do sono
Risco do dizer sonâmbulo

Medo que a palavra cultiva
Dormir sem proteção devida
Acordar em alguma paródia
Manobrar entre o soco e a espuma

Por isso o verso se agarra
Na tela, caderno, gambiarra
Pondo de guarda a poesia
Que vela contra o vento espúrio

Só o poeta não se acalma
Sofre de insônia e barulho
Tenta em vão durante o dia
Ter o que só vem com a Lua


2 comentários:

  1. Leio muitos poemas...Mas o que os seus poemas me faz sentir...é único...Quando termino de ler...fecho os olhos...e prendo a respiração para absorver melhor cada palavra...para que elas não fujam de mim
    Indescritível isso...
    Todo meu respeito por você...

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    1. Fico muito emocionado com tuas palavras. Elas fazem a diferença para o escriba veterano totalmente dedicado ao seu ofício.

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