Nei Duclós
Americanos são especialistas em mentir. Essa é a sua
essência como civilização. O espetáculo foi inventado como representação da realidade
e dos sonhos, mas serve para a mentira e a patriotada. Americanos manipulam os
fatos com as versões que os colocam como os bam bam bam do mundo. É preciso
porém atender às expectativas do público, pois o show precisa de dinheiro.
Assim, os nadadores aproveitaram eventos anteriores (é sempre uma refilmagem),
da violência carioca, para compor o roteiro do assalto no Rio sem lei.
Colocaram-se como protagonistas de um filme de ação, onde seriam as vítimas e
os heróis medalhados à mercê da barbárie do mundo pobre. Foram desmascarados.
Agora a mídia e as fontes oficiais dos Estados Unidos querem
provar que esses mentirosos não são a essência deles. Pois são. Vejamos o caso
de Santos Dumont. A diplomacia americana pressionou o Aero Clube de Paris para
incluir, de última hora, os irmãos
Wright entre os primeiros pilotos com brevê. Armaram então uma demonstração do
voo do Flyer, que teria sido o pioneiro dos voos (ate Santos Dumont voar, eles
estava mudos). Pois bem. Funcionava assim: o avião estava ligado a um peso, o
pylon, que era puxado por uma fila de homens, apelidados de os barqueiros do
Volga pelo humor parisiense. Quando soltavam o peso o aviãozinho ganhava impulso
para voar. Não era o que tinha feito Santos Dumont depois de muitos anos de
pesquisa e mostrado, nas fuças no mundo, filmado e fotografo, como levantar o
mais pesado que o ar, um mecanismo até hoje vigente na indústria aeronáutica.
Há outros exemplos notórios. Como a injustiça a Nikola Tesla
na implantação do parque energético, como devassaram seu escritório roubando
documentos, como se apropriaram dos seus inventos relegando o inventor ao
ostracismo e ao esquecimento. Há também a versão cinematográfica de que foi o John
Wayne (eles, os gringos) que ganhou a Segunda Guerra, quando se sabe que os
russos fora decisivos na batalha de tanques de Kursk. Americanos passearam na
Europa derrotada e filmaram a alegria e os alivio dos povos “libertados” pelo
charme ianque, que nos filmes sempre “comem” as mulheres dos outros povos, de
qualquer nacionalidade. São os paus de ferro do mundo.
Só que não. Perderam inclusive, nesta Olimpíada, além do
carisma de suas vitórias com o evento da mentira dos nadadores, a própria experiência
de marcar um espetáculo com criatividade. Isso coube ao jamaicano Usain Bolt,
que além das medalhas de ouro usou um gesto antigo da mitologia para definir e identificar
suas grandes vitórias. Nesse caso, o espetáculo (o gesto vitorioso do corpo e o
braço apontando o infinito) cumpre seu papel de representação ética dos fatos.
Coisa que os americanos perderam, há tempos. E ao apontar com os dois polegares
para seu peito, não está sendo ególatra, mas mostrando que pertence a um país,
a Jamaica, gravado em sua camiseta.
Enquanto os gringos emporcalharam suas medalhas de ouro com
a atochada homérica, o Brasil tem se saído bem, revelando novos ídolos em
esportes pouco cultivados entre nós. Vem aí, se soubermos aproveitar e
deixarmos de ser um país de atordoados, novos atletas de pulo, remo, boxe, judô
etc.
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