27 de janeiro de 2016

INTERSTELLAR: O LAR É O FUTURO



Nei Duclós

Enfim vi Interstellar (2014), de Christopher Nolan, um assombro poético. O tempo é o futuro e a gravidade, o amor, que cruza todas as barreiras. Um jogo lúdico de conceitos científicos para narrar o drama da sobrevivência. O impressionante mergulho no buraco negro kubrickiano e o despertar na sala branca inverossímel, como no clássico 2001, que Nolan transcende e dá continuidade, mantendo-se original na trama e nos personagens.

Há traição, há desespero, há decepção, há amor, mas jamais frieza. No longínquo planeta gelado, mesmo o vilão Matt Damon não suporta ver o que apronta, enquanto Matthew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain e Casey Affleck compõem o núcleo familiar, referência e vínculo de um universo que procura uma saída entre suas infinitas transgressões.

Voltar para casa não significa reassumir o posto da origem, mas descobrir um ambiente favorável para a continuidade da espécie. E isso só acontece com a solidariedade e a identificação entre seres humanos, que descobrem ser eles mesmos os fantasmas que tentam decifrar a charada e transmitir para seus seres queridos em perigo.Nós mesmos somos os seres evoluídos que nos salvam da destruição.

Achei magnífico.


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