Nei Duclós
Sou um dos teus inúmeros namorados
que, distantes, não valem por nenhum
aceite um abraço demorado, admirado
desse amor sem origem nem sentido
sem o básico, presença física, impura
bilhete amassado e lido à luz da Lua
que no fundo preserva a recompensa
do dia quando cultivo tua flor em mim
como semente em fruto, perfume tenso
metáfora comum do verbo em falcatrua
verso vazio onde cabe o corpo dividido
entre o real e o impossível, romance
banhado em ouro de tolo, anel de vidro
última chance da nossa vida ser feliz