12 de junho de 2014

MATINÊS



Nei Duclós

Namoro era o decoro do amor
sufoco, agarro no escuro,
mãos que se buscam, sofás
toda a vida por uma relação

Era portão, cadernos ariscos
jamais abertos em adivinhações
Era declaração, chás de sumiço
Matinês de intermináveis sessões

Era compromisso, exercido a pé
grude entre tias, irmãos assassinos
Esperançosas mães de coração aflito

Depois virou bagunça, fica não fico
fim do romance, cantada explícita
mas as flores permanecem vivas